terça-feira, 23 de agosto de 2011
Verônica DeVitta
Conheçam a irresistível Verônica DeVitta !!!!!
Mais abaixo, outro vídeo sobre o espetáculo.
20 ANOS DA CAIXA DO ELEFANTE
ESTIMULAR, ACORDAR, ESTIMULAR, ADMINISTRAR
Procurei um vídeo que pudesse ilustrar um pouco essas reflexões e encontrei Ilka Schönbein, nesta poética interpretação. Atentem para toda a relação afetiva entre a atriz e o boneco, na qual fica dissimulado todo o contato físico 'manipulatório'. O corpo da atriz se deixa surpreender a todo instante pelo boneco e a função do olhar contemplativo dá força à retórica do inanimado. A atriz estimula o boneco que a estimula...Ilka administra magistralmente tanto seu corpo, coordenando-o significativamente, quanto o desencadeamento emocional da imagem poética.
terça-feira, 26 de julho de 2011
PROCESSO CRIATIVO
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Treinamento do ator animador e conceito de objeto animado
Sobre o treinamento específico, normalmente é ele que utilizamos frente às necessidades práticas de marcação de cena e produção do espetáculo num tempo curtíssimo. Acho que o termo "tratamento de choque" pode cair muito bem. Em contraponto, acho que foi um consenso a crença de que a nossa maior ânsia é trabalhar com atores criativos, que possam colaborar no processo de criação do espetáculo e não apenas reproduzir marcas. Daí decorre que o estágio pré-expressivo do ator-animador deverá sensibilizá-lo não apenas do ponto de vista do conhecimento e controle de seu próprio corpo mas, também, do ponto de vista da apreensão do potencial plástico, cinético e simbólico do objeto animado.
Esclareço aqui que, ao utilizar a palavra 'objeto' refiro-me a qualquer composição plástica utilizada na cena, seja um boneco (forma antropomórfica), uma silhueta de sombra ou mesmo um utensílio doméstico. Assim, uso a seguinte definição dada pelo dicionário Aurélio para objeto: 1.Tudo que é manipulável e/ou manufaturável; 2.Tudo que é perceptível por qualquer dos sentidos; 3.Coisa, peça, artigo de compra e venda.
FOCO, EIXO, NÍVEL
Só para não confundir...foco do público: centro de interesse do receptor; foco do boneco: centro de interesse do locutor.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
REGISTRO EM VÍDEO
Acima, Abelardo-mestre de cerimônias da Caixa do Elefante, dá o seu recado.
Reorientações
Curiosamente, o roteiro levantado para nortear a nossa atividade do dia de hoje, a filmagem de depoimentos que colaborem na construção do material de investigação do nosso documentário, ganhou forma refletindo uma realidade que se apresentou para nós durante todo o intercãmbio. Temos carência de um outro tempo. Lá estávamos nós no meio da noite, depois de um dia inteiro de trabalho, lutando contra Cronos para definir estratégias eficientes que nos conduzissem ao registro de um sentido. Mais uma vez, em desacordo com nossa humanidade, que nos dizia há tempo para dormir - seguimos ultrapassando a nossa linha de conforto para reorganizar os conhecimentos que se confirmaram, realinhar velhas visões, rever na fala do outro aquilo que gostaríamos de dizer e enfim preparar o material para o nosso video. Com o dia, vieram outros parceiros somar com seus apontamentos, vieram tambem idéias mais processadas pelo frescor do dia seguinte.
Os locais que as companhias vieram a se encontrar também nos fizeram refletir sobre a necessidade de um certo isolamento que nos permitisse mergulhar em outra realidade diversa da engrenagem que nos mantém produzindo. Foi preciso uma imersão de dias seguidos juntos, mesmo que em etapas descontinuadas e um calendário intenso de reflexão, fechados em um teatro, afastados em um sítio e em uma ilha, para podermos interromper nossa mecãnica de atuação e nos oportunizar pensar sobre nosso fazer.
Atualmente, a forma de produção cultural de companhias profissionais que buscam sobreviver continuadamente com um trabalho de grupo dentro de um mercado cultural, pressupõe a participação e concorrência dentro de uma série de editais que, se por um lado têm sido importantíssimos para a viabilização dos projetos, têm exigido uma energia de produção e de relação com o tempo muito conflitante com aquela necessária para a gestação e construção de uma obra artística. Isso não é novidade em uma sociedade que deseja produtos e preocupa-se em produzir desejos rentavelmente consumíveis. Mas o teatro que escolhemos fazer não se relaciona harmonicamente com pressupostos rígidos e condições restritivas e, na necessidade de nos adaptar a uma realidade que nos insere, seguimos atuando com um sentimento de desajuste e uma desconfortante impressão de que algum saber nos escapa nesta forma de trabalhar.
O caráter artesanal que envolve o Teatro da Animação e a concepção e materialização de suas formas, colabora para isso. A própria figura do bonequeiro não é reconhecida dentro do quadro de profissionais previsto nos modelos de planilhas de pessoal previsto em alguns editais.
Adaptar-se é fazer concessões. Concessões trazem consequências. Consequências ativarão consciências. Trocadilhos de banheiro à parte, aqueles que necessitam da pesquisa e de tempo para encontrar novas formas de ver e de dizer, precisam de pensamentos, carencem de novas estratégias para driblar as imposições do titânico Cronos e garantir a resitência de seus propósitos e essa parece ser uma premissa a ser lembrada, precisamos dominar melhor nosso tempo, focar melhor em nossas prioridades, ter consciência do que tem valor e merece ser valorizado . Politicamente, penso que não é questão de simplesmente pedir por mais verbas, embora saibamos da necessidade disto e sim de sermos mais atuantes para mudar aquilo que julgamos necessário.
A Companhias PeQuod e Caixa do Elefante são grupos com trajetórias longas dedicadas ao Teatro de Animação, que construíram suas identidades e pedagogias na continuidade do fazer e a oportunidade de reflexão sobre a prática vivida é um privilégio. Identificamos alguns princípios e terminologias que se repetiram e nos apontaram um vocabulário artístico comum; reconhecemos limites na comunicação do significado de certos termos; nos diferenciamos, embora pouco, na forma de abordar certos princípios que julgamos importantes para o trabalho técnico, mas confirmamos e compartilhamos também visões sobre a importância da construção do trabalho do ator manipulador, que deve se dar através de uma compreensão que não passa só pelo racional da técnica, mas que é conquistada essencialmente por uma experiência sentida. Essa vivência implica "horas de vôo"; o treinamento do olhar; a descoberta do valor do silêncio; a prática da respiração coletiva; a necessidade da atenção; a disponibilidade e prontidão para um jogo que pressupõe intermináveis imprevistos. Tudo isso pode existir também em um teatro sem bonecos, mas no Teatro de Bonecos há ainda outras questões permanentemente em jogo, como a transferência das emoções e do foco através do objeto; a necessidade de torná-lo vivo com a consciência de que este ator-manipulador permanece parte desta cena. São muitas relações que podem ser feitas, muitas riquezas a serem exploradas. Este vasto campo de possibilidade de seleção de sentidos faz parte do universo que a Pequod e a Caixa do Elefante escolheram para investigar e difundir.
A VIVÊNCIA COM OS ELEFANTES
quarta-feira, 13 de julho de 2011
terça-feira, 12 de julho de 2011
Oficina PeQuod
segunda-feira, 11 de julho de 2011
PARA INICIAR AS DISCUSSÕES
Para iniciar as discussões, propomos uma reflexão sobre universais que determinam a linguagem do Teatro de Animação, sob o ponto de vista da recepção. Podemos pensar nesses universais como os elementos balizadores de uma poética.
ETAPA RIO DE JANEIRO
Nesta etapa, realizada no Rio de Janeiro, o grupo Pequod recebe a Cia. Caixa do Elefante, na Ilha de Paquetá. Neste retiro, em contato com a desbundante beleza natural, durante uma semana, os grupos aprofundarão o entendimento de seus processos de trabalho através de atividades prático-teóricas. Espera-se, nesse encontro, estender a discussão dos conceitos abordados na etapa RS, ocorrida em março passado nas cidades de Porto Alegre e Morro Reuter.
sábado, 14 de maio de 2011
A EDUCAÇÃO DO OLHAR
Mas, transformar um objeto em outro através da animação exige um trabalho mental do ator antes mesmo da efetiva interação. É preciso educar o olhar para que ele possa compreender princípios básicos que possam fazê-lo apreender as características do ser animado. Além dessa percepção, é necessário igualmente ter presente que os elementos plásticos dispostos na cena necessitam ser estimulados através de uma composição e dinâmica espacial. Ora, a composição exige noções de equilíbrio e desequilíbrio, harmonia, peso, contraste e relação de forças... toda composição formal traz conteúdo. Assim, exercitar esses aspectos da observação parecem primordiais como princípio para o ator-animador.
sábado, 12 de março de 2011
SEXTO ENCONTRO - Histórico dos grupos e retrospectiva das temáticas
QUINTO DIA DE ENCONTRO - SERRA GAÚCHA
sexta-feira, 11 de março de 2011
POST - EPÍGRAFE
No reino da realidade, por mais bela, feliz e graciosa que ela possa ser, nós nos movemos sempre sob a influência da gravidade, força que precisamos superar incessantemente. Em compensação, no reino dos pensamentos, somos espíritos incorpóreos, sem gravidade e sem necessidade. Por isso não existe felicidade maior na Terra do que aquela que um espírito belo e produtivo encontra em si mesmo nos momentos felizes.
quinta-feira, 10 de março de 2011
QUARTO DIA DE ENCONTRO - "Da rodinha à roldana"
A dramaturgia (textual e visual) e as tecnologias utilizadas nos espetáculos
A primeira parte do encontro contou com a apresentação de trechos em vídeo de espetáculos da companhia PeQuod: Marina, Filme Noir, Peer Gynt e A chegada de Lampião no Inferno, que foram apresentados pelo diretor da companhia Miguel Vellinho, e comentadas pelos paticipantes do encontro.
Em seguida o círculo de discussões foi estabelecido para a abordagem do tema do dia, que foi o uso de tecnologias nos trabalhos das companhias Caixa do Elefante e PeQuod, e os reflexos que essas estabelecem nas constituições dramatúrgicas dos espetáculos. Da discussões seguem em tópicos alguns dos principais pontos abordados:
* O emprego de tecnologias digitais (em especial recursos de vídeo) por parte de algumas companhias podem soar artificiais, desnecessárias, acompanhando mais um desejo de uso da ferramenta tecnológica, em vez de usar o recurso a favor de uma vontade discursiva;
* Foi percebida a necessidade de definir o conceito de tecnologia dentro do teatro de animação. A tecnologia não necessariamente versa acerca de um ferramental exterior ao homem, mas também pode ser entendida como sendo o aprimoramento do conhecimento a partir do conjunto dos termos próprios a uma arte;
* A substituição do termo “novas tecnologias” para apenas “tecnologias” em nossa discussão, uma vez que o primeiro termo se relacionava de maneira muito clara com uma família de recursos percebidos a partir da década de 1980, identificada fortemente com tecnologias digitais. Foi mencionado mais adiante que companhias de teatro de bonecos, por sua dinâmica de trabalho artesanal usualmente absorvia com maior facilidade uma dinâmica de investigação e emprego de métodos de construção e alternativas técnicas, em relação aos grupos dedicados ao que chamamos, em contraponto, de teatro de atores;
* O caráter eminentemente artesanal do teatro tende a fazer com que a entrada de novos recursos tecnológicos, tal como o vídeo, ocorram, em muitas vezes, de modo um tanto desajeitado, no sentido em que o emprego de tais tecnologias parece muitas vezes não se dar em um diálogo eficiente com os demais recursos da cena teatral;
* Por fim foi discutido por todos o quanto se corre o perigo de enveredar pela curiosidade e pelo aperfeiçoamento do dispositivo técnico, sem se dar conta de que nosso objetivo deve ser a cena. A ideia de que “uma boa construção cumpre 90% da manipulação” pode ser adequada a algumas modalidades de teatro de bonecos, mas que, via de regra, as melhores soluções são oferecidas pela lida com o teatro. Assim concluímos que o emprego da tecnologia precisa acompanhar uma vontade expressiva, e que o entendimento de tecnologia não pode se resumir ao emprego de dispositivos exteriores ao homem, mas que também se apresenta em modos de atuação e entendimento dos trabalhos da cena. Entendemos que a tecnologia é um conjunto de conhecimentos usados a serviço e aperfeiçoadas pelo homem.
Frases do dia
“Esse tipo de tecnologia não foi feita pelo fabricante para nós.” - Carlos Alberto Nunes, sobre o fato de que não há disponível no mercado produtos específicos para as necessidades do teatro de animação.
“Teatro de animação tem que ter movimento – físico ou psicológico” - Paulo Balardim
“Quando a história é bem contada, há uma sinergia que faz o público embarcar nela” - Miguel Vellinho
“Escrever para teatro de animação é, em primeira apreciação, reconhecer a potência expressiva do material” - Mario Piragibe