terça-feira, 30 de agosto de 2011
Apresentação do projeto em SP
sábado, 27 de agosto de 2011
Depoimento de Valmor (Nini) Beltrame sobre o projeto
Uma recepção maravilhosa de toda a equipe do Itaú...encontro com queridos amigos fazedores de teatro por todo o país.
...E um breve depoimento do Prof. Nini sobre a importância do projeto.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
MOVIMENTO É MÚSICA
E nós, atores-animadores, não buscamos também a musicalidade nas partituras corporais de nossos bonecos?
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
REPRESENTAR OU INTERPRETAR
Ontem assisti a uma parte da defesa de dissertação de mestrado do Emerson Cardoso Nascimento aqui na UDESC ("A redescoberta da sombra") e uma questão que foi levantada para a reflexão incitou este post:
O ator de animação representa ou interpreta?
Ao meu ver, ocorre os dois. A representação, evocação de um 'modelo', alusão a algo já conhecido, surge desde a composição plástica da forma animada, e passa pela elaboração do movimento qualificado no objeto animado (boneco). É preciso executar a movimentação partindo de um referencial comum (o movimento do modelo, apreendido em sua síntese) para que ele possa ser lido. Por exemplo, para que seja identificada uma figura antropomórfica que caminha, é necessário que esse figura 'caminhe como um homem'. Se essa figura caminhar como um quadrúpede, o espectador identificará um animal outro. Essa representação exige também sutilezas para além da forma...e é aí que entra a interpretação. Quero dizer que, uma mesma sequência de ações pode ser executada com pequenas variantes em relação ao tempo de execução de movimentos e pequenas variantes nas reações...bem como nos acentos ou ênfases em determinados impulsos ou paradas. Nessa infinidade de variantes, a escolha do ATOR, a seleção dos movimentos e suas dinâmicas em função da descrição de intenções e objetivos do personagem (boneco) faz parte de sua interpretação. O prefixo 'inter' sugere bem a mediação...esse 'algo' entre uma coisa e outra. E o ator, mediador entre a expressão da forma animada e o público cumpre um papel parecido com os sacerdotes animistas antigos, ao evocarem a percepção de um mundo mais sutil e complexo através da ritualização. O rito, ou, os procedimentos utilizados, servem para gerar uma 'limpeza' na movimentação, organizando a essencialidade e buscando uma clareza na codificação. Do ponto de vista artístico, poderíamos dizer que o rito parece produzir a tal 'estranheza' da obra de arte, capaz de suscitar a curiosidade e atenção do público, na expectativa do acontecimento.
Dêem uma olhada nesse maravilhoso trabalho de Neville Tranter, por exemplo...
Eu diria que, além da representação da morte, existe uma dupla interpretação: a interpretação do boneco-personagem 'morte', que deve passar pelas escolhas do ator, e a interpretação do personagem de Neville, em seu 'corpo de ator'.
Então...nesse caso, a grande dificuldade, para mim, está nesse desdobramento simultâneo da interpretação, a qual exige a sincronicidade entre ações diversas (entre os dois personagens) para a composição de imagens que são desencadeadas consecutivamente para revelar significados.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Sobre a condição de ator do artista de animação
O marionetista deve ter em si tanto o tipo de ator positivo (aquele que interpreta encontrar a si, para trazer elementos de si mesmo em sua personagem, para projetar-se em sua personagem) e do tipo de ator negativo (que interpreta para desaparecer, para penetrar em outra personalidade, para buscar uma evasão, para criar além de si mesmo, para enriquecer-se na substância de seu papel). Nesse sentido o marionetista pode ser o ator ideal. Ele atua para encontrar-se num circuito que vai dele para o boneco, e retorna do boneco a ele. Ele oferece a personagem a si mesmo.
Lembrei-me bastante de nossas discussões em Porto Alegre acerca do tipo de ator que é o artista de animação, e da projeção de expressividade. Penso bastante na atuação em animação como um jogo sem hierarquia de emprego da expressão do ator e do boneco. Esse jogo de "desaparecer e mostrar-se" (desaparecer para mostrar-se) evoca a equivalência de forças que se dá entre ator e forma. Como bem disse o Balardim na ocasião: "representar com ele".
Verônica DeVitta
Conheçam a irresistível Verônica DeVitta !!!!!
Mais abaixo, outro vídeo sobre o espetáculo.
20 ANOS DA CAIXA DO ELEFANTE
ESTIMULAR, ACORDAR, ESTIMULAR, ADMINISTRAR
Procurei um vídeo que pudesse ilustrar um pouco essas reflexões e encontrei Ilka Schönbein, nesta poética interpretação. Atentem para toda a relação afetiva entre a atriz e o boneco, na qual fica dissimulado todo o contato físico 'manipulatório'. O corpo da atriz se deixa surpreender a todo instante pelo boneco e a função do olhar contemplativo dá força à retórica do inanimado. A atriz estimula o boneco que a estimula...Ilka administra magistralmente tanto seu corpo, coordenando-o significativamente, quanto o desencadeamento emocional da imagem poética.