quarta-feira, 12 de outubro de 2011
8o. Seminário de Estudos Sobre Teatro de Formas Animadas
As companhias Pequod e Caixa do Elefante falaram e trocaram acerca da experiência no Programa Itaú Rumos Culturais no 8o. Semínário de Estudos Sobre Teatro de Formas Animadas, que aconteceu junto com o 11o. Festival de Formas Animadas da SCAR/UDESC, que aconteceu entre os dias 05 e 08 de outubro na cidade de Jaraguá do Sul, SC.
Para as duas companhias foi uma possibilidade de mostrar o trabalho diante de uma platéia de estudiosos, praticantes e estudantes de teatro de animação, naquele que é hoje o mais importante evento de reflexão sobre teatro de animação do Brasil.
Foi um grato prazer falar e ouvir sobre os nossos trabalhos e perspectivas para companheiros de ofício e de bonecos, e uma ampliação das nossas perspecitvas de fazer esse encontro frutificar.
sábado, 3 de setembro de 2011
Reflexões sobre o RUMOS Itaú Encontros de Pesquisa – Etapa São Paulo
Abelardo e Mário de Ballentti |
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Apresentação do projeto em SP
sábado, 27 de agosto de 2011
Depoimento de Valmor (Nini) Beltrame sobre o projeto
Uma recepção maravilhosa de toda a equipe do Itaú...encontro com queridos amigos fazedores de teatro por todo o país.
...E um breve depoimento do Prof. Nini sobre a importância do projeto.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
MOVIMENTO É MÚSICA
E nós, atores-animadores, não buscamos também a musicalidade nas partituras corporais de nossos bonecos?
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
REPRESENTAR OU INTERPRETAR
Ontem assisti a uma parte da defesa de dissertação de mestrado do Emerson Cardoso Nascimento aqui na UDESC ("A redescoberta da sombra") e uma questão que foi levantada para a reflexão incitou este post:
O ator de animação representa ou interpreta?
Ao meu ver, ocorre os dois. A representação, evocação de um 'modelo', alusão a algo já conhecido, surge desde a composição plástica da forma animada, e passa pela elaboração do movimento qualificado no objeto animado (boneco). É preciso executar a movimentação partindo de um referencial comum (o movimento do modelo, apreendido em sua síntese) para que ele possa ser lido. Por exemplo, para que seja identificada uma figura antropomórfica que caminha, é necessário que esse figura 'caminhe como um homem'. Se essa figura caminhar como um quadrúpede, o espectador identificará um animal outro. Essa representação exige também sutilezas para além da forma...e é aí que entra a interpretação. Quero dizer que, uma mesma sequência de ações pode ser executada com pequenas variantes em relação ao tempo de execução de movimentos e pequenas variantes nas reações...bem como nos acentos ou ênfases em determinados impulsos ou paradas. Nessa infinidade de variantes, a escolha do ATOR, a seleção dos movimentos e suas dinâmicas em função da descrição de intenções e objetivos do personagem (boneco) faz parte de sua interpretação. O prefixo 'inter' sugere bem a mediação...esse 'algo' entre uma coisa e outra. E o ator, mediador entre a expressão da forma animada e o público cumpre um papel parecido com os sacerdotes animistas antigos, ao evocarem a percepção de um mundo mais sutil e complexo através da ritualização. O rito, ou, os procedimentos utilizados, servem para gerar uma 'limpeza' na movimentação, organizando a essencialidade e buscando uma clareza na codificação. Do ponto de vista artístico, poderíamos dizer que o rito parece produzir a tal 'estranheza' da obra de arte, capaz de suscitar a curiosidade e atenção do público, na expectativa do acontecimento.
Dêem uma olhada nesse maravilhoso trabalho de Neville Tranter, por exemplo...
Eu diria que, além da representação da morte, existe uma dupla interpretação: a interpretação do boneco-personagem 'morte', que deve passar pelas escolhas do ator, e a interpretação do personagem de Neville, em seu 'corpo de ator'.
Então...nesse caso, a grande dificuldade, para mim, está nesse desdobramento simultâneo da interpretação, a qual exige a sincronicidade entre ações diversas (entre os dois personagens) para a composição de imagens que são desencadeadas consecutivamente para revelar significados.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Sobre a condição de ator do artista de animação
O marionetista deve ter em si tanto o tipo de ator positivo (aquele que interpreta encontrar a si, para trazer elementos de si mesmo em sua personagem, para projetar-se em sua personagem) e do tipo de ator negativo (que interpreta para desaparecer, para penetrar em outra personalidade, para buscar uma evasão, para criar além de si mesmo, para enriquecer-se na substância de seu papel). Nesse sentido o marionetista pode ser o ator ideal. Ele atua para encontrar-se num circuito que vai dele para o boneco, e retorna do boneco a ele. Ele oferece a personagem a si mesmo.
Lembrei-me bastante de nossas discussões em Porto Alegre acerca do tipo de ator que é o artista de animação, e da projeção de expressividade. Penso bastante na atuação em animação como um jogo sem hierarquia de emprego da expressão do ator e do boneco. Esse jogo de "desaparecer e mostrar-se" (desaparecer para mostrar-se) evoca a equivalência de forças que se dá entre ator e forma. Como bem disse o Balardim na ocasião: "representar com ele".
Verônica DeVitta
Conheçam a irresistível Verônica DeVitta !!!!!
Mais abaixo, outro vídeo sobre o espetáculo.
20 ANOS DA CAIXA DO ELEFANTE
ESTIMULAR, ACORDAR, ESTIMULAR, ADMINISTRAR
Procurei um vídeo que pudesse ilustrar um pouco essas reflexões e encontrei Ilka Schönbein, nesta poética interpretação. Atentem para toda a relação afetiva entre a atriz e o boneco, na qual fica dissimulado todo o contato físico 'manipulatório'. O corpo da atriz se deixa surpreender a todo instante pelo boneco e a função do olhar contemplativo dá força à retórica do inanimado. A atriz estimula o boneco que a estimula...Ilka administra magistralmente tanto seu corpo, coordenando-o significativamente, quanto o desencadeamento emocional da imagem poética.
terça-feira, 26 de julho de 2011
PROCESSO CRIATIVO
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Treinamento do ator animador e conceito de objeto animado
Sobre o treinamento específico, normalmente é ele que utilizamos frente às necessidades práticas de marcação de cena e produção do espetáculo num tempo curtíssimo. Acho que o termo "tratamento de choque" pode cair muito bem. Em contraponto, acho que foi um consenso a crença de que a nossa maior ânsia é trabalhar com atores criativos, que possam colaborar no processo de criação do espetáculo e não apenas reproduzir marcas. Daí decorre que o estágio pré-expressivo do ator-animador deverá sensibilizá-lo não apenas do ponto de vista do conhecimento e controle de seu próprio corpo mas, também, do ponto de vista da apreensão do potencial plástico, cinético e simbólico do objeto animado.
Esclareço aqui que, ao utilizar a palavra 'objeto' refiro-me a qualquer composição plástica utilizada na cena, seja um boneco (forma antropomórfica), uma silhueta de sombra ou mesmo um utensílio doméstico. Assim, uso a seguinte definição dada pelo dicionário Aurélio para objeto: 1.Tudo que é manipulável e/ou manufaturável; 2.Tudo que é perceptível por qualquer dos sentidos; 3.Coisa, peça, artigo de compra e venda.
FOCO, EIXO, NÍVEL
Só para não confundir...foco do público: centro de interesse do receptor; foco do boneco: centro de interesse do locutor.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
REGISTRO EM VÍDEO
Acima, Abelardo-mestre de cerimônias da Caixa do Elefante, dá o seu recado.
Reorientações
Curiosamente, o roteiro levantado para nortear a nossa atividade do dia de hoje, a filmagem de depoimentos que colaborem na construção do material de investigação do nosso documentário, ganhou forma refletindo uma realidade que se apresentou para nós durante todo o intercãmbio. Temos carência de um outro tempo. Lá estávamos nós no meio da noite, depois de um dia inteiro de trabalho, lutando contra Cronos para definir estratégias eficientes que nos conduzissem ao registro de um sentido. Mais uma vez, em desacordo com nossa humanidade, que nos dizia há tempo para dormir - seguimos ultrapassando a nossa linha de conforto para reorganizar os conhecimentos que se confirmaram, realinhar velhas visões, rever na fala do outro aquilo que gostaríamos de dizer e enfim preparar o material para o nosso video. Com o dia, vieram outros parceiros somar com seus apontamentos, vieram tambem idéias mais processadas pelo frescor do dia seguinte.
Os locais que as companhias vieram a se encontrar também nos fizeram refletir sobre a necessidade de um certo isolamento que nos permitisse mergulhar em outra realidade diversa da engrenagem que nos mantém produzindo. Foi preciso uma imersão de dias seguidos juntos, mesmo que em etapas descontinuadas e um calendário intenso de reflexão, fechados em um teatro, afastados em um sítio e em uma ilha, para podermos interromper nossa mecãnica de atuação e nos oportunizar pensar sobre nosso fazer.
Atualmente, a forma de produção cultural de companhias profissionais que buscam sobreviver continuadamente com um trabalho de grupo dentro de um mercado cultural, pressupõe a participação e concorrência dentro de uma série de editais que, se por um lado têm sido importantíssimos para a viabilização dos projetos, têm exigido uma energia de produção e de relação com o tempo muito conflitante com aquela necessária para a gestação e construção de uma obra artística. Isso não é novidade em uma sociedade que deseja produtos e preocupa-se em produzir desejos rentavelmente consumíveis. Mas o teatro que escolhemos fazer não se relaciona harmonicamente com pressupostos rígidos e condições restritivas e, na necessidade de nos adaptar a uma realidade que nos insere, seguimos atuando com um sentimento de desajuste e uma desconfortante impressão de que algum saber nos escapa nesta forma de trabalhar.
O caráter artesanal que envolve o Teatro da Animação e a concepção e materialização de suas formas, colabora para isso. A própria figura do bonequeiro não é reconhecida dentro do quadro de profissionais previsto nos modelos de planilhas de pessoal previsto em alguns editais.
Adaptar-se é fazer concessões. Concessões trazem consequências. Consequências ativarão consciências. Trocadilhos de banheiro à parte, aqueles que necessitam da pesquisa e de tempo para encontrar novas formas de ver e de dizer, precisam de pensamentos, carencem de novas estratégias para driblar as imposições do titânico Cronos e garantir a resitência de seus propósitos e essa parece ser uma premissa a ser lembrada, precisamos dominar melhor nosso tempo, focar melhor em nossas prioridades, ter consciência do que tem valor e merece ser valorizado . Politicamente, penso que não é questão de simplesmente pedir por mais verbas, embora saibamos da necessidade disto e sim de sermos mais atuantes para mudar aquilo que julgamos necessário.
A Companhias PeQuod e Caixa do Elefante são grupos com trajetórias longas dedicadas ao Teatro de Animação, que construíram suas identidades e pedagogias na continuidade do fazer e a oportunidade de reflexão sobre a prática vivida é um privilégio. Identificamos alguns princípios e terminologias que se repetiram e nos apontaram um vocabulário artístico comum; reconhecemos limites na comunicação do significado de certos termos; nos diferenciamos, embora pouco, na forma de abordar certos princípios que julgamos importantes para o trabalho técnico, mas confirmamos e compartilhamos também visões sobre a importância da construção do trabalho do ator manipulador, que deve se dar através de uma compreensão que não passa só pelo racional da técnica, mas que é conquistada essencialmente por uma experiência sentida. Essa vivência implica "horas de vôo"; o treinamento do olhar; a descoberta do valor do silêncio; a prática da respiração coletiva; a necessidade da atenção; a disponibilidade e prontidão para um jogo que pressupõe intermináveis imprevistos. Tudo isso pode existir também em um teatro sem bonecos, mas no Teatro de Bonecos há ainda outras questões permanentemente em jogo, como a transferência das emoções e do foco através do objeto; a necessidade de torná-lo vivo com a consciência de que este ator-manipulador permanece parte desta cena. São muitas relações que podem ser feitas, muitas riquezas a serem exploradas. Este vasto campo de possibilidade de seleção de sentidos faz parte do universo que a Pequod e a Caixa do Elefante escolheram para investigar e difundir.
A VIVÊNCIA COM OS ELEFANTES
quarta-feira, 13 de julho de 2011
terça-feira, 12 de julho de 2011
Oficina PeQuod
segunda-feira, 11 de julho de 2011
PARA INICIAR AS DISCUSSÕES
Para iniciar as discussões, propomos uma reflexão sobre universais que determinam a linguagem do Teatro de Animação, sob o ponto de vista da recepção. Podemos pensar nesses universais como os elementos balizadores de uma poética.
ETAPA RIO DE JANEIRO
Nesta etapa, realizada no Rio de Janeiro, o grupo Pequod recebe a Cia. Caixa do Elefante, na Ilha de Paquetá. Neste retiro, em contato com a desbundante beleza natural, durante uma semana, os grupos aprofundarão o entendimento de seus processos de trabalho através de atividades prático-teóricas. Espera-se, nesse encontro, estender a discussão dos conceitos abordados na etapa RS, ocorrida em março passado nas cidades de Porto Alegre e Morro Reuter.
sábado, 14 de maio de 2011
A EDUCAÇÃO DO OLHAR
Mas, transformar um objeto em outro através da animação exige um trabalho mental do ator antes mesmo da efetiva interação. É preciso educar o olhar para que ele possa compreender princípios básicos que possam fazê-lo apreender as características do ser animado. Além dessa percepção, é necessário igualmente ter presente que os elementos plásticos dispostos na cena necessitam ser estimulados através de uma composição e dinâmica espacial. Ora, a composição exige noções de equilíbrio e desequilíbrio, harmonia, peso, contraste e relação de forças... toda composição formal traz conteúdo. Assim, exercitar esses aspectos da observação parecem primordiais como princípio para o ator-animador.