O marionetista deve ter em si tanto o tipo de ator positivo (aquele que interpreta encontrar a si, para trazer elementos de si mesmo em sua personagem, para projetar-se em sua personagem) e do tipo de ator negativo (que interpreta para desaparecer, para penetrar em outra personalidade, para buscar uma evasão, para criar além de si mesmo, para enriquecer-se na substância de seu papel). Nesse sentido o marionetista pode ser o ator ideal. Ele atua para encontrar-se num circuito que vai dele para o boneco, e retorna do boneco a ele. Ele oferece a personagem a si mesmo.
Lembrei-me bastante de nossas discussões em Porto Alegre acerca do tipo de ator que é o artista de animação, e da projeção de expressividade. Penso bastante na atuação em animação como um jogo sem hierarquia de emprego da expressão do ator e do boneco. Esse jogo de "desaparecer e mostrar-se" (desaparecer para mostrar-se) evoca a equivalência de forças que se dá entre ator e forma. Como bem disse o Balardim na ocasião: "representar com ele".
Ótima a idéia do circuito!
ResponderExcluirPoder observar o boneco em movimento e coordenar sua movimentação para expressar idéias e emoções já é em si um estudo e aprendizado.
Eu costumo dizer que o ator-animador deve ser um ator com uma habilidade a mais...e não a menos!