INTERCÂMBIO PEQUOD E CAIXA DO ELEFANTE 2011
terça-feira, 28 de agosto de 2012
UM PONTO FIXO OU A FIXAÇÃO DE UM PONTO
Creio que concordamos que, dentro da metodologia de ensino das artes da animação teatral, o estudo do comumente chamado 'ponto fixo', constitui-se de primordial importância tanto para os principiantes quanto para os 'iniciados'. Conhecimento basilar, a determinação fictícia de um espaço inalterável localizado num ponto qualquer do espaço propõe um difícil exercício para o ator. Por isso, então, a necessidade de um constante treinamento corporal.
Na oficina que ministramos, surgiu uma definição deliciosa acerca do ponto fixo: um ponto fixo é a soma da imaginação do ator com a investigação que este faz do movimento de seu corpo, para presentificar este espaço estável, fixo e fictício. Com certeza, antes de tudo é preciso imaginar onde está o danado do 'ponto', o local, a parte, o objeto que será 'congelado', ou seja, 'fixado'. Por isso, concordo com Claire Heggen quando ela se refere à 'fixação de um ponto'. Ora, sabemos que é impossível mantermos um estado de imobilidade num corpo alheio tanto quanto simular com nosso corpo a existência desse espaço fixo. Mas aqui, ao falar de treinamento para a fixação de um ponto, referimo-nos à acurácia na realização de um objetivo, mesmo que estejamos perseguindo um ideal. Buscar atingir o ideal de imobilidade é como construir castelos de areia na beira do mar. É um estado efêmero e passageiro. Mas, deve durar o tempo suficiente para fornecer uma nova percepção do espaço pelo espectador. Assim, a imaginação do ator deve poder visualizar e fixar o ponto através de seu olhar. O corpo, a seguir, irá re-configurar seu sistema de mobilidade, fazendo um uso especial, não-cotidiano, das relações de tensão e relaxamento muscular.
Os exercícios com bastões que utilizamos produzem excelentes resultados, a curto prazo, para este aprendizado e treinamento.
domingo, 26 de agosto de 2012
Participação no XIII Festival Nacional de Teatro de Guaçuí - ES
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
8o. Seminário de Estudos Sobre Teatro de Formas Animadas
As companhias Pequod e Caixa do Elefante falaram e trocaram acerca da experiência no Programa Itaú Rumos Culturais no 8o. Semínário de Estudos Sobre Teatro de Formas Animadas, que aconteceu junto com o 11o. Festival de Formas Animadas da SCAR/UDESC, que aconteceu entre os dias 05 e 08 de outubro na cidade de Jaraguá do Sul, SC.
Para as duas companhias foi uma possibilidade de mostrar o trabalho diante de uma platéia de estudiosos, praticantes e estudantes de teatro de animação, naquele que é hoje o mais importante evento de reflexão sobre teatro de animação do Brasil.
Foi um grato prazer falar e ouvir sobre os nossos trabalhos e perspectivas para companheiros de ofício e de bonecos, e uma ampliação das nossas perspecitvas de fazer esse encontro frutificar.
sábado, 3 de setembro de 2011
Reflexões sobre o RUMOS Itaú Encontros de Pesquisa – Etapa São Paulo
Abelardo e Mário de Ballentti |
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Apresentação do projeto em SP
sábado, 27 de agosto de 2011
Depoimento de Valmor (Nini) Beltrame sobre o projeto
Uma recepção maravilhosa de toda a equipe do Itaú...encontro com queridos amigos fazedores de teatro por todo o país.
...E um breve depoimento do Prof. Nini sobre a importância do projeto.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
MOVIMENTO É MÚSICA
E nós, atores-animadores, não buscamos também a musicalidade nas partituras corporais de nossos bonecos?
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
REPRESENTAR OU INTERPRETAR
Ontem assisti a uma parte da defesa de dissertação de mestrado do Emerson Cardoso Nascimento aqui na UDESC ("A redescoberta da sombra") e uma questão que foi levantada para a reflexão incitou este post:
O ator de animação representa ou interpreta?
Ao meu ver, ocorre os dois. A representação, evocação de um 'modelo', alusão a algo já conhecido, surge desde a composição plástica da forma animada, e passa pela elaboração do movimento qualificado no objeto animado (boneco). É preciso executar a movimentação partindo de um referencial comum (o movimento do modelo, apreendido em sua síntese) para que ele possa ser lido. Por exemplo, para que seja identificada uma figura antropomórfica que caminha, é necessário que esse figura 'caminhe como um homem'. Se essa figura caminhar como um quadrúpede, o espectador identificará um animal outro. Essa representação exige também sutilezas para além da forma...e é aí que entra a interpretação. Quero dizer que, uma mesma sequência de ações pode ser executada com pequenas variantes em relação ao tempo de execução de movimentos e pequenas variantes nas reações...bem como nos acentos ou ênfases em determinados impulsos ou paradas. Nessa infinidade de variantes, a escolha do ATOR, a seleção dos movimentos e suas dinâmicas em função da descrição de intenções e objetivos do personagem (boneco) faz parte de sua interpretação. O prefixo 'inter' sugere bem a mediação...esse 'algo' entre uma coisa e outra. E o ator, mediador entre a expressão da forma animada e o público cumpre um papel parecido com os sacerdotes animistas antigos, ao evocarem a percepção de um mundo mais sutil e complexo através da ritualização. O rito, ou, os procedimentos utilizados, servem para gerar uma 'limpeza' na movimentação, organizando a essencialidade e buscando uma clareza na codificação. Do ponto de vista artístico, poderíamos dizer que o rito parece produzir a tal 'estranheza' da obra de arte, capaz de suscitar a curiosidade e atenção do público, na expectativa do acontecimento.
Dêem uma olhada nesse maravilhoso trabalho de Neville Tranter, por exemplo...
Eu diria que, além da representação da morte, existe uma dupla interpretação: a interpretação do boneco-personagem 'morte', que deve passar pelas escolhas do ator, e a interpretação do personagem de Neville, em seu 'corpo de ator'.
Então...nesse caso, a grande dificuldade, para mim, está nesse desdobramento simultâneo da interpretação, a qual exige a sincronicidade entre ações diversas (entre os dois personagens) para a composição de imagens que são desencadeadas consecutivamente para revelar significados.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Sobre a condição de ator do artista de animação
O marionetista deve ter em si tanto o tipo de ator positivo (aquele que interpreta encontrar a si, para trazer elementos de si mesmo em sua personagem, para projetar-se em sua personagem) e do tipo de ator negativo (que interpreta para desaparecer, para penetrar em outra personalidade, para buscar uma evasão, para criar além de si mesmo, para enriquecer-se na substância de seu papel). Nesse sentido o marionetista pode ser o ator ideal. Ele atua para encontrar-se num circuito que vai dele para o boneco, e retorna do boneco a ele. Ele oferece a personagem a si mesmo.
Lembrei-me bastante de nossas discussões em Porto Alegre acerca do tipo de ator que é o artista de animação, e da projeção de expressividade. Penso bastante na atuação em animação como um jogo sem hierarquia de emprego da expressão do ator e do boneco. Esse jogo de "desaparecer e mostrar-se" (desaparecer para mostrar-se) evoca a equivalência de forças que se dá entre ator e forma. Como bem disse o Balardim na ocasião: "representar com ele".